Na sequência do texto sobre a morte do António Palhinhas esta semana, o Nélson Rafael enviou um interessante comentário que certamente muita gente da terra poderia subscrever. São momentos e memórias com que muitos filhos de Alcongosta se identificam. Por isso achei que fazia sentido dar-lhe mais visibilidade num post.
A fotografia é também do Nélson, que apanhou com a sua objectiva o avô a trabalhar.
"Na semana que sucede o aparecimento de um cesteiro de Alcongosta, o “Tarifa”, nos órgãos de comunicação social nacionais, a arte da cestaria sofre mais uma perda.
Na qualidade de neto de um dos últimos artesãos que fizeram vida da cestaria, é num misto de nostalgia e tristeza que vejo a evolução de uma sociedade descartável, matar o tradicionalismo. Como é referido e muito bem, a durabilidade e eficiência do plástico, foi um duro golpe na arte. A oferta de alternativas descartáveis veio contribuir para que a viabilidade dos produtos provenientes da cestaria em madeira de castanho fosse posta de parte.
Embora assista ao declínio desta arte com muito pesar, guardo da cestaria objectos e memórias. Pois é difícil esquecer o cheiro da madeira de castanho a perfumar as brincadeiras que tive com os meus primos na oficina do meu avô. É difícil esquecer das histórias que ouvi contadas pelos meus avós enquanto estava sentado dentro de um cesto. É difícil esquece a brincadeiras nos aparos. É difícil…
A arte da cestaria esteve demasiado tempo na minha família para ser esquecida desta forma. Inevitavelmente, ficaram objectos e memorias dignas de um museu."
Saudações...
Nelson "Fevra" Rafael
A fotografia é também do Nélson, que apanhou com a sua objectiva o avô a trabalhar.
"Na semana que sucede o aparecimento de um cesteiro de Alcongosta, o “Tarifa”, nos órgãos de comunicação social nacionais, a arte da cestaria sofre mais uma perda.
Na qualidade de neto de um dos últimos artesãos que fizeram vida da cestaria, é num misto de nostalgia e tristeza que vejo a evolução de uma sociedade descartável, matar o tradicionalismo. Como é referido e muito bem, a durabilidade e eficiência do plástico, foi um duro golpe na arte. A oferta de alternativas descartáveis veio contribuir para que a viabilidade dos produtos provenientes da cestaria em madeira de castanho fosse posta de parte.
Embora assista ao declínio desta arte com muito pesar, guardo da cestaria objectos e memórias. Pois é difícil esquecer o cheiro da madeira de castanho a perfumar as brincadeiras que tive com os meus primos na oficina do meu avô. É difícil esquecer das histórias que ouvi contadas pelos meus avós enquanto estava sentado dentro de um cesto. É difícil esquece a brincadeiras nos aparos. É difícil…
A arte da cestaria esteve demasiado tempo na minha família para ser esquecida desta forma. Inevitavelmente, ficaram objectos e memorias dignas de um museu."
Saudações...
Nelson "Fevra" Rafael
1 comentários:
E quando íamos aos aparos às oficinas para o magusto da escola primária... qq dia temos de começar a comprar é acendalhas p isso!!!
Enviar um comentário