Inaugurada em Junho de 2005, a Casa do Artesanato de Alcongosta, estrutura que faz todo o sentido nesta aldeia, continua de portas fechadas, como sempre esteve. Nunca teve qualquer actividade, nunca se lhe deu qualquer uso.
Uma terra que tem no código genético o artesanato, de que largas dezenas de pessoas viviam, devia dar mais atenção a este espaço. Há alguns anos eram tantos os artesãos, agora quase se contam pelos dedos das mãos.
Isso devia merecer alguma preocupação. Ou se assume que preservar ou tentar dinamizar o artesanato não é importante, ou se age rapidamente. Porque isto chegou a um ponto que não dá grande margem de manobra. Tempo é coisa que não temos, porque sabemos que apenas há um esparteiro em actividade e os cesteiros ficaram reduzidos a cerca de uma dezena, todos de idade avançada.
Qual é a lógica da criação da Casa de Artesanato? Para que foi construída?
Trata-se de um edifício à roda do qual muita coisa pode girar. Não digo que é possível inverter esta tendência de cada vez os artesãos serem menos, mas é possível preservar a nossa memória colectiva e pode-se fazer com que alguns se interessem e travem a quase inevitável extinção.
Um exemplo: há uns anos fez-se um curso de esparto. Apesar do erro de se ter aceite gente que apenas queria receber o subsídio no fim de cada mês, sem qualquer interesse pela actividade, houve pelo menos duas pessoas que aproveitaram o que aprenderam. Uma delas de cá, jovem, com algum jeito, mas que não teve qualquer incentivo para continuar nem apoios para mostrar o seu trabalho. Ajudar a ir a feiras, como se faz com o nosso ti zé da Encarnação, é uma ideia.
Repito, uma ideia, não uma crítica para atingir ninguém. Apenas uma sugestão, um contributo para reflectir sobre o assunto, um alerta sobre a situação actual.
Já agora, aproveito para mandar outros bitaites:
i) Utilizar uma parte do espaço como uma espécie de museu, com peças, utensílios usados no esparto e cestaria. Contar a história delas na freguesia, descrever todo o processo desde a recolha da matéria-prima até chegar à mão dos clientes.
ii) Se não houver recursos para estar sempre aberta, estabelecer dias ou épocas que que uma loja a criar tivesse os produtos à venda. Por exemplo na altura das cerejas e cerejeiras em flor, quando há muita excursão que nem entra no centro de Alcongosta, tal como em outras ocasiões.
iii) Organizar uma feira de artesanato, que lembrasse a sua ligação umbilical a Alcongosta. Um certame aberto a outro tipo de artesãos, mas em que a cestaria e o esparto tivessem especial destaque. Tanto na zona ocupada como com actividades paralelas.
iv) Promover exposições regulares sobre o artesanato local na Casa do Artesanato. Cada uma com um diferente ângulo de abordagem.
v) Organizar um concurso fotográfico subordinado ao artesanato e artesãos de Alcongosta, com um prémio monetário e uma mostra dos trabalhos seleccionados.
vi) Realizar um peddy-papper anual, em colaboração com artesãos e associações capazes de dinamizar um número considerável de participantes, que dê as conhecer as oficinas e os diferentes sítios e aspectos ligados à cestaria e esparto. Obrigaria a passar pelos locais e a trocar impressões com quem trabalha nestas coisas.
vii) Criar uma bolsa de artesãos de Alcongosta, a quem se procuraria dar apoio para, alternadamente, darem a conhecer em diversos eventos o que fazem. Acredito que muitos já não estejam para aí virados, para era uma questão de os sensibilizar. Procurar financiamento comunitário ou municipal é também evidente. É que se não se apresentam candidaturas, as coisas não caem do céu...
viii) Contactar as escolas no sentido de desenvolverem projectos ou organizarem visitas de estudo às oficinas de Alcongosta, onde poderiam ouvir e colocar questões aos artesãos. eventualmente serem acompanhados .
ix) Organizar colóquios regulares na Casa do Artesanato sobre as causas, futuro e curiosidades da cestaria e esparto. Isto eventualmente complementado com apontamentos musicais de algo tradicional, como é o caso dos bombos.
Estas são apenas algumas ideias que me ocorreram, e que podem servir de ponto de partida. Algumas poderão não ser exequíveis. Alguém poderá lembrar-se de algo melhor. Foi apenas um contributo. Com um apelo à sensibilidade de quem tem responsabilidades: olhem pelo nosso artesanato! A par da cereja e da castanha é uma das imagens de marca de Alcongosta.
Alguém tem mais sugestões?
Uma terra que tem no código genético o artesanato, de que largas dezenas de pessoas viviam, devia dar mais atenção a este espaço. Há alguns anos eram tantos os artesãos, agora quase se contam pelos dedos das mãos.
Isso devia merecer alguma preocupação. Ou se assume que preservar ou tentar dinamizar o artesanato não é importante, ou se age rapidamente. Porque isto chegou a um ponto que não dá grande margem de manobra. Tempo é coisa que não temos, porque sabemos que apenas há um esparteiro em actividade e os cesteiros ficaram reduzidos a cerca de uma dezena, todos de idade avançada.
Qual é a lógica da criação da Casa de Artesanato? Para que foi construída?
Trata-se de um edifício à roda do qual muita coisa pode girar. Não digo que é possível inverter esta tendência de cada vez os artesãos serem menos, mas é possível preservar a nossa memória colectiva e pode-se fazer com que alguns se interessem e travem a quase inevitável extinção.
Um exemplo: há uns anos fez-se um curso de esparto. Apesar do erro de se ter aceite gente que apenas queria receber o subsídio no fim de cada mês, sem qualquer interesse pela actividade, houve pelo menos duas pessoas que aproveitaram o que aprenderam. Uma delas de cá, jovem, com algum jeito, mas que não teve qualquer incentivo para continuar nem apoios para mostrar o seu trabalho. Ajudar a ir a feiras, como se faz com o nosso ti zé da Encarnação, é uma ideia.
Repito, uma ideia, não uma crítica para atingir ninguém. Apenas uma sugestão, um contributo para reflectir sobre o assunto, um alerta sobre a situação actual.
Já agora, aproveito para mandar outros bitaites:
i) Utilizar uma parte do espaço como uma espécie de museu, com peças, utensílios usados no esparto e cestaria. Contar a história delas na freguesia, descrever todo o processo desde a recolha da matéria-prima até chegar à mão dos clientes.
ii) Se não houver recursos para estar sempre aberta, estabelecer dias ou épocas que que uma loja a criar tivesse os produtos à venda. Por exemplo na altura das cerejas e cerejeiras em flor, quando há muita excursão que nem entra no centro de Alcongosta, tal como em outras ocasiões.
iii) Organizar uma feira de artesanato, que lembrasse a sua ligação umbilical a Alcongosta. Um certame aberto a outro tipo de artesãos, mas em que a cestaria e o esparto tivessem especial destaque. Tanto na zona ocupada como com actividades paralelas.
iv) Promover exposições regulares sobre o artesanato local na Casa do Artesanato. Cada uma com um diferente ângulo de abordagem.
v) Organizar um concurso fotográfico subordinado ao artesanato e artesãos de Alcongosta, com um prémio monetário e uma mostra dos trabalhos seleccionados.
vi) Realizar um peddy-papper anual, em colaboração com artesãos e associações capazes de dinamizar um número considerável de participantes, que dê as conhecer as oficinas e os diferentes sítios e aspectos ligados à cestaria e esparto. Obrigaria a passar pelos locais e a trocar impressões com quem trabalha nestas coisas.
vii) Criar uma bolsa de artesãos de Alcongosta, a quem se procuraria dar apoio para, alternadamente, darem a conhecer em diversos eventos o que fazem. Acredito que muitos já não estejam para aí virados, para era uma questão de os sensibilizar. Procurar financiamento comunitário ou municipal é também evidente. É que se não se apresentam candidaturas, as coisas não caem do céu...
viii) Contactar as escolas no sentido de desenvolverem projectos ou organizarem visitas de estudo às oficinas de Alcongosta, onde poderiam ouvir e colocar questões aos artesãos. eventualmente serem acompanhados .
ix) Organizar colóquios regulares na Casa do Artesanato sobre as causas, futuro e curiosidades da cestaria e esparto. Isto eventualmente complementado com apontamentos musicais de algo tradicional, como é o caso dos bombos.
Estas são apenas algumas ideias que me ocorreram, e que podem servir de ponto de partida. Algumas poderão não ser exequíveis. Alguém poderá lembrar-se de algo melhor. Foi apenas um contributo. Com um apelo à sensibilidade de quem tem responsabilidades: olhem pelo nosso artesanato! A par da cereja e da castanha é uma das imagens de marca de Alcongosta.
Alguém tem mais sugestões?
6 comentários:
Tá dito...Falas bem!!!
Axo k são ideias meritórias de atenção, esperemos k finalmente vejm o blog cm um local onde se podem encontrar sugestões e não apenas criticas negativas cm alguem diz...
Apela-se agora a k kem lê este blog faça a devida publicidade ás ideias aki expressas!!!!
A casa do artesanato, patrimonio de tds nós, deverá ter a devida utilidade.
agora é preciso por as ideias em prática. as pessos competentes que leiam aki algumas das coisas que podem ser executadas para dinamisar o ARTESANATO.
Aí estão boas ideias algumas nem tinha pensado. Era bom se a junta as aproveitasse eu não dizer mais nada porque está aí alguma coisa que pudesse dizer, ainda bem que há quem pense nessas coisas!!!
Mais uma ideia para a lista:
Passeios de BTT Alcongosta tem o que é preciso para a prática desta modalidade
Caros amigos, acho as ideas descritas neste post méritas de um louvor, mas as ideias precisam de sair do papel e necessitam de ser colocadas em práctica, como diz o amigo anónimo e com muita razão a casa da cultura é património de Alcongosta! Então todos nós Alcongostenses, temos o dever de em conjunto com as devidas entidades, de incentivar e apoiar ivestimentos, a realização de projectos culturais e tambem não culturais. Mas que possam ser úteis e dignos de levar mais vezes o nome da nossa terra ao topo do pódio.
Não se trata de um concuso, mas sim de divulgar o bom nome de Alcongosta, e claro! a nossa gente.
Infelizmente a nossa querida casa da cultura foi erguida em 2005 e nunca lhe foi dado o devido uso! - porquê?! não sei! mas acho que por falta de projectos, ou ideias como as deste post, que foram várias vezes mêncionadas por muitos jovens e homens da nossa aldeia não deveria ter sido!! Pois, se muitas vezes faltou alguma coisa, foi com certeza a falta de apoio e credebilidade nas pessoas da nossa terra!
- Caros amigos não me interpretem de forma errada, pois se é uma crítica é sem sombra de dúvida uma crítica construtiva! Mas, as verdades têm de ser ditas e não nos vamos esconder atrás dos gigantes do passado e fingir que tudo estava bem, e aceitar como se de um destino se tratasse!!
- Bem bastou na época do Salazar em que a nossa liberdade de expressão nos foi retirada e bloqueada a luz da realidade!!
- Amigos, pelo que ouvi, a actual autarquia está a planear em breve começar em dar uso à nossa casa da cultura! Ouvi já falar por portas travessas, que se irá realizar ali um curso de cozinha! E a casa já está a ser mobilada, para a eventualidade de alguma desgraça, podendo assim ser usada para o alojoamento temporário de uma ou mais famílias/pessoas.
- Ora aí está também uma ideia digna de se tirar o chapéu!
Até breve.
....e a festa continua!!!
O curso de cozinha ñ é o que está neste momento a decorrer na sede da Junta?
Quanto à preparação da Casa do Artesanato para utilização em caso de necessidade no alojamento temporário de uma ou mais famílias/pessoas, se verdade, é bastante meritória!
Mas...
1º Será que foi com este destino que foi construída a Casa do Artesanato?
2º Se a casa foi inaugurada em 2005, há 3 anos atrás, porque é que só agora é que lhe vai ser dado um destino? Será que o facto de o próximo ano ser ano de eleições tem alguma coisa a ver com isso?
3º e por último (porque ñ me quero alongar) será ingenuidade minha pensar que uma Casa de Artesanato deva servir para fomentar e divulgar o Artesanato, neste caso o de Alcongosta?
Como é o caso da Casa das Tecedeiras de Janeiro de Cima. Que se encontra aberta ao publico diariamente e onde se mostra o processo completo de criação de peças em linho, desde a fiação até ao produto final. E também lá vendem diversos produtos feitos em linho, colchas, panos, toalhas, etc, lá produzidos. E uma curiosidade, uma das formas que encontraram para valorizar algumas das peças vendidas foi coloca-las em cestaria feita em Alcongosta.
Não é irónico?!
(Ups acho que me acabei por alongar!)
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