Pedaços de Alcongosta

Instantâneos da Terra da Cereja

Um grupo de alcongostenses assinala hoje o Dia Internacional da Mulher com um jantar no Café do Meias. Uma data fixada desde o início do século passado, com o incremento da industrialização, para alertar para a discriminação a que as mulheres eram votadas quando começaram a trabalhar nas fábricas e tinham salários e direitos bem inferiores aos dos homens.

Comparo o Dia da Mulher, de certa forma, à lei do tabaco. É lamentável ter de haver uma lei para obrigar as pessoas a ser civilizadas. É uma tristeza o Governo ter de regular para lembrar alguns fumadores que a sua liberdade termina onde começa a dos outros. Pode ser até uma ofensa para quem fuma e sempre respeitou os outros. Mas enfim, a lei acaba por se justificar.

No caso do Dia da Mulher, era preferível que não tivesse de existir. Infelizmente, significa que já estamos no século XXI, muito se progrediu, mas não o suficiente. Significa que continua a ser necessário lembrar as discriminações várias com que o sexo feminino se depara. Na progressão de carreiras, no acesso a lugares de topo, em muitas outras situações do quotidiano. Nota-se quando uma mulher engravida e o contrato de trabalho não lhe é renovado, por exemplo. Nota-se com os comportamentos machistas de muitos de nós. Quando se acha normal que a mulher chegue do trabalho e tenha de executar sozinha as tarefas domésticas.

É lamentável, realmente, mas assinalar o Dia da Mulher ainda faz todo o sentido. Parabéns ao grupo de mulheres de Alcongosta que se juntou para o celebrar. Se alguma tiver fotos de tão selectivo evento e as possa partilhar, desde já o agradecimento do Pedaços de Alcongosta.

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