Quem se lembra dela? Chegava mensalmente, num dia fixo da semana (acho que às quintas-feiras) junto à paragem de autocarro, por volta das 19h, onde era aguardada com entusiasmo. Saíamos do autocarro, vindos da escola, e corriamos nesse dia mais céleres para casa, onde íamos buscar os livros para devolver e voltar ao Cabido, onde a Biblioteca Intinerante da Gulbenkian estava prestes a chegar com as mágicas prateleiras.
O som esforçado do motor da peculiar Citroen modelo HY cor-de-tijolo, com chapa canelada, a subir a estrada de Alcongosta, não deixava margem para dúvidas de que era ela que se aproximava. E o pessoal acotovelava-se para formar a fila.
À nossa terra vinha um casal de meia-idade cujos nomes já não recordo, mas que ainda recentemente vi num hipermercado. Ele o motorista, que também ajudava a procurar os livros, ela a revisora. Entregávamos o nosso cartão rosa, conferiam-se os livros entregues e esperávamos pela nossa vez de entrar no exíguo espaço, com as prateleiras ordenadas, de forma ascendente, em função das idades.
Começava-se, ainda em criança, com os contos infantis do António Torrado e outros que tais. O passo seguinte eram as aventuras. Podia-se escolher entre os que tinham a tira verde na lomba, e ansiávamos que a idade nos permitisse subir de prateleira, para os volumes com etiquetas de outras cores, nos níveis superiores, a que íamos deitando o olho e de vez em quando se tentavam trazer para casa.
Numa zona rural, numa aldeia que não tinha uma biblioteca pública (ainda hoje não tem), num tempo em que o acesso aos livros não era fácil como agora, em que se conseguem comprar mais baratos, a biblioteca itinerante da Gulbenkian tinha um papel importante. Permitia-nos viver aventuras várias, viajar pelo mundo sem saír do mesmo sítio, ter gratuitamente a companhia que os livros nos proporcionam.
Não sei quando começou a vir a Alcongosta nem durante quanto tempo prestou esse serviço na Terra da Cereja, mas deixou de aparecer penso que no início dos anos 90.
Quem se recorda da icónica Citroen? Alguém tem fotos das visitas a Alcongosta ou memórias que possa partilhar? Lembro-me, por exemplo, que por cá era frequentada sobretudo por gente muito jovem. Apenas duas pessoas já com alguma idade iam todos os meses trocar os livros. A estranha carrinha cor-de-tijolo teve um significado especial para mais alguém?
O som esforçado do motor da peculiar Citroen modelo HY cor-de-tijolo, com chapa canelada, a subir a estrada de Alcongosta, não deixava margem para dúvidas de que era ela que se aproximava. E o pessoal acotovelava-se para formar a fila.
À nossa terra vinha um casal de meia-idade cujos nomes já não recordo, mas que ainda recentemente vi num hipermercado. Ele o motorista, que também ajudava a procurar os livros, ela a revisora. Entregávamos o nosso cartão rosa, conferiam-se os livros entregues e esperávamos pela nossa vez de entrar no exíguo espaço, com as prateleiras ordenadas, de forma ascendente, em função das idades.
Começava-se, ainda em criança, com os contos infantis do António Torrado e outros que tais. O passo seguinte eram as aventuras. Podia-se escolher entre os que tinham a tira verde na lomba, e ansiávamos que a idade nos permitisse subir de prateleira, para os volumes com etiquetas de outras cores, nos níveis superiores, a que íamos deitando o olho e de vez em quando se tentavam trazer para casa.
Numa zona rural, numa aldeia que não tinha uma biblioteca pública (ainda hoje não tem), num tempo em que o acesso aos livros não era fácil como agora, em que se conseguem comprar mais baratos, a biblioteca itinerante da Gulbenkian tinha um papel importante. Permitia-nos viver aventuras várias, viajar pelo mundo sem saír do mesmo sítio, ter gratuitamente a companhia que os livros nos proporcionam.
Não sei quando começou a vir a Alcongosta nem durante quanto tempo prestou esse serviço na Terra da Cereja, mas deixou de aparecer penso que no início dos anos 90.
Quem se recorda da icónica Citroen? Alguém tem fotos das visitas a Alcongosta ou memórias que possa partilhar? Lembro-me, por exemplo, que por cá era frequentada sobretudo por gente muito jovem. Apenas duas pessoas já com alguma idade iam todos os meses trocar os livros. A estranha carrinha cor-de-tijolo teve um significado especial para mais alguém?
6 comentários:
olá
foi com agrado que me relembrei desta famosa e peculiar forma de trazer a leitura aos locais mais longe das cidades onde existem bibliotecas, foi assim que muitos pegaram nos primeiros livros para ler, sem ser os manuais escolares, pena ter acabado. O tal casal que igualmente já não me recordo dos nomes, penso que já não estaria na meia idade, mas sim perto da reforma e talvez por isso tenha deixado de cá vir, mas eram muitissimo simpáticos, e deixaram com certesa saudades. Bons tempos ;)
Que bom vir aqui encontrar a recordação destes momentos que fazem parte da minha juventude
Foi nessa carripana que tive o primeiro contacto com livros sem ser os da escola, levava para casa os de Uma Aventura, Os Cinco e outros parecidos.
lembro-me bem da saudosa biblioteca ambulante...onde eu levava livros que devorava num instante e esperava ansiosamente pelo mês seguinte para levar outros...belos tempos
Sou de bem longe do Fundão, mas também à minha terra ia uma carrinha como essa da Gulbenkian.
Ela também ia à minha terra. Tive pena quando deixou de o fazer.
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