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Demorou. Mas finalmente a rampa de voo livre do Posto de Vigia foi recuperada e, segundo os praticantes, é uma das melhores do mundo, bem localizada e que permite descolar como se já estivessem no ar, já que o material permite a circulação do ar.

Na quarta-feira foi batido o recorde europeu de asa delta, justamente a com saída do Posto de Vigoa da Serra da Gardunha.





O recorde europeu de distância em asa delta foi batido num voo que partiu da rampa da Serra da Gardunha, anunciaram hoje a Câmara do Fundão e a Federação de Portuguesa de Voo Livre.
O novo recordista é um estudante universitário espanhol, Blay Júnior, com 24 anos, que pratica asa delta desde os 15 anos.
No voo em que conseguiu bater o maior “recorde registado a nível europeu”, percorreu uma distância de 370 quilómetros.
O máximo conseguido anteriormente tinha sido de 324 quilómetros, também alcançados por um espanhol.
E a maior distância pessoal de Blay Júnior estava registada nos 321 quilómetros.
Na terça-feira e, num voo que “começou de forma complicada” e sem deixar antever o feito, Blay Júnior partiu do Fundão e só aterrou em Almuradiel (Ciudad Real), a sul de Madrid.
Tinham passado oito horas e 12 minutos.
“Quando comecei, pensei que era impossível fazer um voo muito longo. As condições térmicas e o vento estavam fracos e não permitiam alcançar grande altitude, nem velocidade. Não conseguia planar muito”, contou Blay Júnior.
O novo recordista recorda que nas primeiras quatro horas de voo fez apenas 140 quilómetros e que, ao fim dos primeiros 80 quilómetros, na zona de Idanha-a-Nova, chegou a estar a menos de 70 metros de distância do solo.
Pensou em aterrar, mas conseguiu voltar a subir.
Passados 50 quilómetros já tinha alcançado 3.800 metros de altitude.
Aos 190 quilómetros de distância, Blay Júnior percebeu que “afinal era possível”.
Continuou no ar, até que foi novamente traído pelas más condições climatéricas, que se verificavam na zona de Madrid, onde acabou por aterrar.
Peripécias que o jovem praticante de asa delta pretende repetir noutros voos, para os quais assume como objetivo “alcançar os 500 quilómetros de distância”.
“Se conseguimos tudo isto num dia mau, imaginei o que não se poderá fazer num dia bom”, concluiu o desportista, que não poupa elogios à Rampa Serra da Gardunha, recentemente requalificada.
Ricardo Costa, representante da Federação de Voo Livre, também garante que esta rampa tem as “melhores condições possíveis” para voos de distância e montanha em asa delta.
“É a última plataforma virada ao vento dominante, quadrantes norte e oeste, antes de na direção em que sopram esses ventos haver grandes planícies que proporcionam boas térmicas e boas aterragens”, afirmou.
A Câmara do Fundão, que em parceria com a Federação, organizou, no final de junho, o campeonato português de asa delta, espera que “este novo recorde contribua para aliciar mais praticantes”, referiu o vice-presidente Miguel Gavinhos.
Em junho, estiveram no Fundão 25 praticantes.
Em 2014, são esperados muitos mais e há até a possibilidade de em junho o Fundão ser o local escolhido para a pré-temporada do campeonato europeu de asa delta.

Fundão regista recorde europeu de asa delta.




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