Enquanto outras localidades conseguem ir ganhando qualidade de vida, serviços ou dinâmica, Alcongosta é uma freguesia que ao longo dos anos se foi habituando a perder coisas. E os residentes, apáticos, foram encarando esse cenário com a normalidade que lhe venderam. Não tujem nem mugem. Não questionam. Não reivindicam. Perder, afinal, tornou-se um hábito. É normal. E desde que não mexam no meu património pessoal, quero lá saber! É este o posicionamento das particulares gentes de Alcongosta, tão pouco dadas às questões comunitárias.
Isto fechou-se porque não era possível manter. Isto não se fez porque não havia recursos. Aquilo deixa de ser utilizado porque não reúne as condições. Então e porque não bater a portas, estabelecer parcerias, implementar medidas para que se torne possível manter? E bater o pé, exigir, pressionar como outros o fazem, para que os recursos financeiros sejam disponibilizados, em fez de desviados para quem é mais persistente que nós? E porque não fazer um esforço para que as condições permitam que aquilo continue a ser utilizado? Ou, pelo menos, dar explicações.
Vem este intróito a propósito da placas afixadas junto aos fontanários públicos de Alcongosta, de onde brota uma das riquezas da nossa terra, procurada semanalmente por largas dezenas, se não centenas, de pessoas: a água. Pode então ler-se que que a água, essa mesma, que todos nós bebemos toda a vida e que tanta gente vem buscar nos garrafões, não é controlada. Que é como quem diz "não nos responsabilizamos pelo que possa acontecer" ou "não fazemos análises para saber se é boa ou má". E pronto.
As palavras de descontentamento lá se ouvem, mas sempre a olhar com desconfiança para o lado, ou em surdina, que isto de dar opinião, sugerir, criticar opções e formas de actuação é interpretado como sendo sinónimo de dizer mal de, de atacar alguém. E assim vamos indo.
E entre a censura e o lamento sussurrados e a passividade generalizada, continua-se a perder o que temos. E será que alguém se apercebe que o que está em causa não é apenas um fontanário público que passou a ter uma placa com o aviso "Água Não Controlada", mas bem mais que isso?
8 comentários:
Ora bem, que surpresa tão desagradável, agora até já placas nos fontanários põe, que tristeza uma água tão boa e agora é isto..... Mas será que já não existe presidente/junta com consciência e com capacidade de ver o que está bem e o que está mal nesta terra... Se estavam mal, pior ficaram.... Manifestem-se Alcongostenses, não tenham medo de falar, já não estamos no tempo de ditadura.... O actual presidente/junta não são mais do que vocês, enfrente-nos, se eles não vêem, digam-lhes o que querem para Alcongosta.....
Espero que para a próxima vez que venha ao blog, hajam novidades melhores....
Acho que encontraram vestigios de fezes de javali na água, e sr. presidente ainda não os conseguiu exterminar a todos.
Mas nós não perdemos tudo, ainda.....
Diz bem! ainda...
Mas pouco a pouco perde-se tudo.
Já tivemos escola, mas já não temos!
Já tivemos infantário, mas já não temos!
Já tivemos liga dos amigos, mas já não temos!
Já tivemos clube académico, mas quase que já não temos!
Já tivemos uma piscina, mas quase que já não temos!
Já tivemos um parque de merendas, mas quase que já não temos!
E por aí fora...
E esta lenga lenga do já tivemos, vai-se alongando de dia para dia!
Mas a água ainda não se perdeu! Continua a correr nas fontes! As placas são apenas informativas e perventivas!
PS: Um agradecimento a Joaquim Martins, autor da foto do post, que enviou para o Facebook do Pedaços de Alcongosta. A omissão deveu-se a distracção.
Ao anónimo pergunto o que é uma "placa informativa e preventiva" ? Assim que interessa agua correr, as pessoas que bebem agua não devem ler a placa ?
Abraço
(com nome)
joaquim martins
Boa tarde
Afinal a foto teve efeito. Retiraram a placa, quer dizer que ............
joaquim martins
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