Pedaços de Alcongosta

Instantâneos da Terra da Cereja

"Muitas vezes acompanhado/ muitas vezes sozinho/
muitas vezes vi nascer o sol/ no alto do cavalinho"

Já lá vai o tempo, não muito distante, em que em Alcongosta, porta sim, porta não, havia um cesteiro. Esparteiros, há algumas décadas, eram cerca de uma centena. Tinham de ir para a serra apanhar a planta herbácea, a que chamam simplesmente "palha", tratá-la, trabalhá-la e ir vendê-la, a pé. Muitas vezes para longe. Ainda há alguns vivos, que não comercializam o esparto. o sr. Zé da Encarnação, com cerca de 85 anos, continua em actividade.
Nesta entrevista, que data de Dezembro de 2002, feita por alguém também de cá, falava-se em risco de extinção. Há uns 3 anos, felizmente, houve um curso, onde o nosso conterrâneo foi formador, que ensinou algumas pessoas. Sei que pelo menos uma jovem de Alcongosta vai fazendo trabalhos e tem vontade de continuar. Vamos ver se lhe é dada a justificada atenção.
Quem tenha interesse em conhecer mais uma parcela do nosso passado, pode fazê-lo na conversa com este conterrâneo, com alma de versejador popular.

7 comentários:

Pity disse...

pois é aqui temos o testemunho vivo do passado desta aldeia! a arte do esparto é uma arte secular,com esta planta fazem-se verdadeiras obras de arte!
venham conhecer o ti zé da encarnação,falador compulsivo, sempre bem disposto,estremamente acessivel. faz rimas cas historias da vida dele...podia tar aqui mts horas a escrever sobre este artesão...

Pity disse...

ah e já justificavas os textos

Pity disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Já nem me lembrava disto. Mais recentemente fiz outros trabalhos para o NC, que não sei se ainda estão online, sobre o mesmo tema. Mas em reportagem, com mais informação e onde tentei dar uma ideia global da situação actual do artesanato. Penso que foram duas reportagens distintas. Uma sobre esparto, outra sobre cestaria, que posso disponibilizar. Tenho é de procurar lá no jornal, porque já foi há algum tempo.
E como diz a Pity no comentário acima, o ti Zé é realmente engraçado. E quando começa com as rimas, já não pára.

Anónimo disse...

Em tempos eu conheci varios artesãos em Alcongosta
especialmente cesteiros que faziam lindas cestas para a apanha da linda cereja da nossa cova da beira
Sempre tive Alcongosta como uma terra de tradições Alem deste velho artesão conheci outros que ainda fazem algumas peças em vime
è sempre uma alegria ver que muitos como eu não deixam de relatar as nossas tradições
em frente gardunha

Anónimo disse...

obrigado pelos comentarios

Anónimo disse...

Um esclarecimento ao Luantes. É uma confusão feita por muita gente: ao contrário de outros locais, a cestaria de Alcongosta não é em vime. É feita em verga, proveniente das varas dos castanheiros.

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