Pedaços de Alcongosta

Têm noção de qual é o bem mais exportado de Alcongosta? Pode haver quem pense que é a cereja. Afinal, os pomares estão em todo o lado e a nossa terra é o berço do escarlate fruto. Também não é a cestaria. Já lá vai o tempo em que centenas de cestos saíam daqui por semana. Se repararem bem vão ver que, ao contrário da cereja, não é sazonal. Estou a falar da muito procurada água. Sobretudo a da fonte das duas bicas, a mais solicitada por quem vem de fora para se abastecer.


Acontece há anos e parece que cada vez com mais gente. Todos os dias muitos carros chegam, abrem a mala atestada de garrafões vazios e só vão embora quando não cabem mais. Aos fins-de-semana chegam a formar-se pequenas filas para levar a água de Alcongosta para beber nas suas casas.
Os fãs da nossa água vêm de vários locais. Tanto do Fundão e localidades vizinhas como de outras mais distantes, como Silvares. No caso dos senhores da primeira foto, pela conversa, eram de mais longe. Disseram que estavam em passeio e aproveitaram. Mas há quem se tenha habituado a este ritual da mesma forma que vão às compras. Semanalmente, vêm renovar o stock.
Talvez seja um dos exemplos de como não valorizamos o que temos. É bem boa. No Verão está gelada e no Inverno parece a uma temperatura mais amena, mesmo a calhar.
Só de pensar que umas cabeças pensantes, perante a passividade de outras, nos queriam há tempos fazer passar a beber água da rede da AZC, vinda de uma barragem, quando temos esta para desfrutar...