Pedaços de Alcongosta

Instantâneos da Terra da Cereja

18 agosto 2009

Do pluralismo

Alexandre O`Neill chamava-lhe "o modo funcionário de ser". Aquela tentativa de diabolizar qualquer crítica ou observação através da perspectiva do: se não concordas com o que digo ou não estás comigo, estás contra mim. Ora, alguém que se guie minimamente por valores democráticos, de imediato percebe a falácia de raciocínio. Para outros é difícil entender isso.

Nem toda a gente percebe que a discussão pode ser valorizada com a troca de argumentos, com a inclusão de novas ideias. Nem todos apreenderam o conceito de liberdade individual, de ausência de amarras no pensamento. Se não gosto do Sporting ou do Benfica, não tenho necessariamente de ser do Porto ou de outro emblema. Posso apreciar a consistência defensiva de uns, o poder atacante de outros e a organização táctica dos demais.

Vem isto a propósito da forma enviesada como algumas pessoas olham para qualquer apreciação relacionada com a política. Meus caros, é preocupante quando olhamos para a política como para o futebol. Quando sentimos que, cegamente, pertencemos a um clube. Independentemente do seu rendimento ou jogadores. Política não é futebol, para o qual normalmente reservamos a nossa irracionalidade e paixão desmedida, sem questionar.

As decisões políticas, ou tomadas pelos nossos governantes, afectam-nos a todos. O nosso bem-estar, as nossas condições de vida. Por isso é bom que estejamos minimamente atentos ao que eles vão fazendo. Chamaria a isso uma obrigação cívica. Tal como o é cobrar o que prometem fazer em prol das comunidades que representam. E para isso não tenho de ser pró nem contra. Basta exercer uma cidadania responsável.

Quem vê as coisas desta maneira, obviamente não tem problemas em aceitar o pluralismo. É o que acontece com o Pedaços de Alcongosta. Um blogue não alinhado e aberto a todas as opiniões. Acontece que há quem não perceba como estas coisas funcionam, confunda posts com comentários e resolva etiquetar o Pedaços com exercícios argumentativos que revelam pouca perspicácia. Não costumo responder a quem nem sequer procura fazer uma análise esforçada mas, dada a insistência, abro uma excepção. Até porque se aproxima um período eleitoral e parece-me que há quem ande em grande excitação.

Vou fazê-lo, mas num próximo post. Como se costumava ouvir: não percam o próximo episódio...

6 comentários:

Anónimo disse...

Nem toda a gente confunde as coisas acho q tem razão, força continuem

Martim Calvo disse...

É por esta notável cidadania, uma vez mais tão bem demonstrada neste post, que o Pedaços é já um blog de inquestionável referencia no concelho do Fundão. Força, não se deixem intimidar!

manel freixes disse...

concordo inteiramente com o "Martim calvo", é com certesa neste momento uma mais valia para Alcongosta e para o conselho.força ai!

Anónimo disse...

Quem é sr o Martinho Calvo em que lista é que vai?

manel freixes disse...

com certesa um tipo que não encontrou remédio para a calvice, dai o nome ;) e deve ir na lista dos monárquicos.

Carocho disse...

Bardamerda para os pitosgas que só querem ver de um olho

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